quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Fisioterapia Motora precoce na UTI Neonatal

A unidade de terapia intensiva neonatal é o local que concentra os principais recursos humanos e materiais, necessários para dar suporte ininterrupto às funções vitais dos recém-nascidos pré- termo.  São equipes especializadas que realizam os cuidados apropriados à recuperação e ao desenvolvimento, utilizando equipamentos que, nestes primeiros dias de vida, lhe garantirão as funções vitais.

 Apesar da importância da UTIN para os neonatos doentes, contraditoriamente, essa unidade que deveria zelar pelo bem-estar da criança em todos os seus aspectos, é por excelência um ambiente nervoso, impessoal e até temeroso para aqueles que não estão adaptados às suas rotinas. Tal ambiente é repleto de luzes fortes e constantes, barulho, mudanças de temperatura, interrupção do ciclo do sono, visto que são necessárias repetidas avaliações e procedimentos, acarretando, muitas vezes, desconforto e dor.
A fisioterapia motora atua com os objetivos de prevenir efeitos decorrentes do repouso prolongado no leito, eliminando reações posturais inadequadas e estimulando o desenvolvimento neuropsicomotor e global do neonato. Atua diretamente na motricidade global, através de técnicas específicas que visam à aprendizagem e a estimulação das funções corticais, de maneira a obter respostas globais. São baseadas na cinesioterapia, integração sensorial, facilitação neuromuscular proprioceptiva, posicionamento terapêutico e inúmeros outros procedimentos. Além de exercícios gerais de movimentação realizados em membros, tronco e cabeça, podem ser realizados exercícios convencionais de estimulação tátil, visual, auditiva, vestibular e proprioceptiva, além do próprio posicionamento terapêutico. A intervenção precoce da fisioterapia motora na UTI Neonatal contribui para minimizar atrasos motores dos bebês prematuros.
A equipe de fisioterapia   acompanha todos os recém-nascidos em assistência ventilatória mecânica e/ou oxigenoterapia, portadores de pneumopatias agudas e crônicas, encefalopatias, doenças cardíacas, alterações ortopédicas, síndromes genéticas e em pré e pós-operatórios, durante o período de internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
A fisioterapia se faz necessária desde o momento da admissão até a alta do recém nascido de risco, pois é nesse momento que as informações de cuidados especiais e encaminhamentos para serviços que desempenham o acompanhamento do desenvolvimento são realizadas.


REFERÊNCIAS
MOURA, D. S; Maia, J.A. QUANDO A FISIOTERAPIA SE FAZ NECESSÁRIA NA UTI NEONATAL? Rev. Saúde Criança Adolesc., 1(1): 38 - 40, jul./dez., 2009
IZUMI, A.Y; FUJISAWA, D.S; GARANHANI, M.R. Fisioterapia na Unidade de Terapia Intensiva: Enfoque na Criança Crítica Neurológica. Disponível em: <http://omnipax.com.br/livros/2011/FNP/FNP-cap12.pdf>. Acesso em 15 outubro 2013.
Fisioterapia neonatal. Disponível em:      www.congressopestalozzi.org.br/.../Neuropediatria.doc‎>.  Acesso em 15 outubro 2013.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Prescrição de exerícios para Cardiopatas

As doenças cardiovasculares (DCV) são doenças que atingem o sistema cardiovascular alterando o seu funcionamento, dentre elas podem-se destacar a doença arterial coronariana (DAC) ou aterosclerose, a insuficiência cardíaca (IC), a angina, o infarto agudo do miocárdio (IAM), as doenças valvulares, as arritmias e as doenças hipertensivas.



Infarto agudo do miocárdio (IAM)
O infarto agudo do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, é uma emergência médica em que parte  do fluxo de sangue para o coração sofre uma interrupção súbita e intensa, produzindo a morte das células  do músculo cardíaco (miocárdio). A principal causa é a formação de um coágulo (trombo), a partir de uma placa de gordura (ateroma) localizada na parede da artéria do coração (coronária).
O processo de reabilitação cardiovascular é dividida em 4 fases:
FASE 1. Paciente internado: Movimentos de braços e posturais. Deambulação precoce. Exercícios respiratórios. Sentar na poltrona. Caminhadas no corredor do hospital.
FASE 2. Primeira etapa extra-hospitalar de 3 a 6 meses: Modificação do estilo da vida. Exercícios em bicicleta rolante ou esteira rolante 5 METS. Em bicicleta: cargas de 25 watts até 100 watts. Marcha de até 90 m/min.
FASE 3. De 6 a 24 meses: Pacientes de baixo risco que não participaram da fase 2. Supervisão de exercícios por profissional. Exercícios aeróbicos: marcha, trote, ciclismo e natação. Esportes: tênis, voleibol. Aquecimento 10 min, condicionamento muscular 20 min, atividade aeróbia 30 min.
FASE 4.  Duração indefinida, a longo prazo: Não necessariamente supervisionado. Manutenção de programa de exercícios físicos e atividades esportivas recreativas. Avaliação por médico com Teste ergométrico pelo menos uma vez ao ano


Hipertensão
Também conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que geralmente não apresenta nenhum tipo de sintoma a menos que algum órgão vital seja afetado. Esse aumento da pressão arterial é o resultado da contração das paredes das artérias, que provoca o aumento do trabalho do coração, dos rins e do cérebro.

Reabilitação:
Exercícios dinâmicos (caminhada, corrida, ciclismo, dança, natação);  com frequência de 3 a 5 vezes por semana, duração de 30 a 60 minutos contínuos (indivíduos com pressão limítrofe ou obesidade 50 a 60 minutos); Intensidade Moderada estabelecida da seguinte forma:



Referências
ALVES, GUILHERME BARETTO et al. Reabilitação cardiovascular e condicionamento físico. In: NEGRÃO, Carlos Eduardo; BARRETO, Antônio Carlos Pereira (Eds.). Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 13. p. 249 - 259.
ARAÚJO, CLAUDIO GIL SOARES DE (ED.). Normatização dos equipamentos e técnicas da reabilitação cardiovascular supervisionada. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. São Paulo, Nov. 2004. v. 83. n. 5.
LAFONTAINE, THOMAS P.; GORDON, NEIL F. Redução global do risco cardiovascular nos pacientes com doença arterial coronariana. In: AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE – ACSM. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. cap. 30. p. 263 – 273
PIEGAS, LEOPOLDO S. (Ed.). III Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. São Paulo, set. 2004. v. 83. n. 4. supl. 4.
RIBEIRO, P.R.Q; OLIVEIRA,D.M. Reabilitação cardiovascular, doença arterial coronariana e infarto agudo do miocárdio: efeitos do exercício físico. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Fisioterapia Respiratória da Lesão Medular Traumática


     O Traumatismo Raquimedular (TRM) é uma condição que pode causar alterações dramáticas na vida do indivíduo, causando impacto também na vida da de sua família, já que ocorre em pessoas ativas e independentes, que em um determinado momento tem controle de suas vidas e no momento seguinte estão paralisadas, com perda da sensibilidade e de funções corporais e dependentes de terceiros para suas necessidades mais básicas.
   O TRM é uma lesão causada por um trauma, doença ou malformação congênita, e suas manifestações clínicas variam de acordo com a extensão e a localização do dano medular. Sendo assim podemos classifica-lo como Tetraplegia, Paraplegia, Lesões Completas ou Incompletas.
     A menos que o TRM afete somente as regiões sacrais e lombares mais inferiores, algum grau de deficiência ventilatória estará presente e deverá ser abordado no tratamento fisioterapêutico. Os principais fatores rela­cionados à sobrevivência foram: idade, tempo de lesão, o nível neurológico, e o grau de complexidade da lesão; a expectativa de vida era menor do que estimativas ante­riores; pneumonia e outras afecções respiratórias foram as principais causas de morte.

                                 
    A fisioterapia respiratória pode ser utilizada em pacientes críticos com o objetivo de prevenir e/ou tratar complicações respiratórias. Para isso, geralmente é usada uma combinação de procedimentos que objetivam a re­expansão e a remoção de secreções nas vias aéreas.
    As intervenções podem incluir treinamento de músculos inspiratórios, tanto os primários como os secundários. O terapeuta deve primeiro determinar quais músculos ventilatórios que estão deficientes após a lesão medular. Em geral, os músculos inspiratórios devem ser treinados inicialmente na posição supina, progredindo para a posição sentada, utilizando de dispositivos de treinamento muscular inspiratório ou uso de pesos abdominais, ambos eficazes na melhora da mecânica ventilatória.
    Na presença de ventilação artificial, os pacientes podem precisar de uma via aérea artificial. A presença dessa via na traqueia causa irritação, e o paciente consequentemente produz mais secreção. Essa secreção geralmente é removida pela sucção traqueal, tosse natural ou tosse assistida, muito utilizada em pessoas incapazes de gerar esforço suficiente. A drenagem postural, a percussão ou tapotagem, e o balanço ou vibração são utilizados para auxiliar a mobilização da secreção em direção as vias aéreas maiores para expectoração.

A Tabela 1 descreve os procedi­mentos de fisioterapia respiratória descritos na literatura para a terapêutica de pacientes em venti­lação mecânica.


   Muitas técnicas de tratamento estão disponíveis para abordar o grande número de deficiências ventilatórias que podem ocorrer. O gerenciamento inicial deve concentrar-se na prevenção das complicações pulmonares, tais como pneumonia e atelectasias, e na melhora da função pulmonar disponível, de maneira que o paciente possa realizar tarefas funcionais.



Referências Bibliográficas:

UMPHRED, DA. Reabilitação Neurológica
5ª ed. São Paulo 2010
Jerre G, Beraldo MA, et al. Fi­sioterapia no paciente sob ventilação mecânica. 
Rev Bras Ter Intensiva 2007;19:399-407
Shavelle RM, et al. Long-Term Survival of Persons Ventilator Dependent After Spinal Cord Injury. 
J Spinal Cord Med 2006;29:511-519