terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Fisioterapia Respiratória da Lesão Medular Traumática


     O Traumatismo Raquimedular (TRM) é uma condição que pode causar alterações dramáticas na vida do indivíduo, causando impacto também na vida da de sua família, já que ocorre em pessoas ativas e independentes, que em um determinado momento tem controle de suas vidas e no momento seguinte estão paralisadas, com perda da sensibilidade e de funções corporais e dependentes de terceiros para suas necessidades mais básicas.
   O TRM é uma lesão causada por um trauma, doença ou malformação congênita, e suas manifestações clínicas variam de acordo com a extensão e a localização do dano medular. Sendo assim podemos classifica-lo como Tetraplegia, Paraplegia, Lesões Completas ou Incompletas.
     A menos que o TRM afete somente as regiões sacrais e lombares mais inferiores, algum grau de deficiência ventilatória estará presente e deverá ser abordado no tratamento fisioterapêutico. Os principais fatores rela­cionados à sobrevivência foram: idade, tempo de lesão, o nível neurológico, e o grau de complexidade da lesão; a expectativa de vida era menor do que estimativas ante­riores; pneumonia e outras afecções respiratórias foram as principais causas de morte.

                                 
    A fisioterapia respiratória pode ser utilizada em pacientes críticos com o objetivo de prevenir e/ou tratar complicações respiratórias. Para isso, geralmente é usada uma combinação de procedimentos que objetivam a re­expansão e a remoção de secreções nas vias aéreas.
    As intervenções podem incluir treinamento de músculos inspiratórios, tanto os primários como os secundários. O terapeuta deve primeiro determinar quais músculos ventilatórios que estão deficientes após a lesão medular. Em geral, os músculos inspiratórios devem ser treinados inicialmente na posição supina, progredindo para a posição sentada, utilizando de dispositivos de treinamento muscular inspiratório ou uso de pesos abdominais, ambos eficazes na melhora da mecânica ventilatória.
    Na presença de ventilação artificial, os pacientes podem precisar de uma via aérea artificial. A presença dessa via na traqueia causa irritação, e o paciente consequentemente produz mais secreção. Essa secreção geralmente é removida pela sucção traqueal, tosse natural ou tosse assistida, muito utilizada em pessoas incapazes de gerar esforço suficiente. A drenagem postural, a percussão ou tapotagem, e o balanço ou vibração são utilizados para auxiliar a mobilização da secreção em direção as vias aéreas maiores para expectoração.

A Tabela 1 descreve os procedi­mentos de fisioterapia respiratória descritos na literatura para a terapêutica de pacientes em venti­lação mecânica.


   Muitas técnicas de tratamento estão disponíveis para abordar o grande número de deficiências ventilatórias que podem ocorrer. O gerenciamento inicial deve concentrar-se na prevenção das complicações pulmonares, tais como pneumonia e atelectasias, e na melhora da função pulmonar disponível, de maneira que o paciente possa realizar tarefas funcionais.



Referências Bibliográficas:

UMPHRED, DA. Reabilitação Neurológica
5ª ed. São Paulo 2010
Jerre G, Beraldo MA, et al. Fi­sioterapia no paciente sob ventilação mecânica. 
Rev Bras Ter Intensiva 2007;19:399-407
Shavelle RM, et al. Long-Term Survival of Persons Ventilator Dependent After Spinal Cord Injury. 
J Spinal Cord Med 2006;29:511-519

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