O Traumatismo
Raquimedular (TRM) é uma condição que pode causar alterações dramáticas na vida
do indivíduo, causando impacto também na vida da de sua família, já que ocorre
em pessoas ativas e independentes, que em um determinado momento tem controle
de suas vidas e no momento seguinte estão paralisadas, com perda da
sensibilidade e de funções corporais e dependentes de terceiros para suas
necessidades mais básicas.
O TRM é uma lesão
causada por um trauma, doença ou malformação congênita, e suas manifestações
clínicas variam de acordo com a extensão e a localização do dano medular. Sendo
assim podemos classifica-lo como Tetraplegia,
Paraplegia, Lesões Completas ou Incompletas.
A menos que o TRM afete
somente as regiões sacrais e lombares mais inferiores, algum grau de
deficiência ventilatória estará presente e deverá ser abordado no tratamento
fisioterapêutico. Os
principais fatores relacionados à sobrevivência foram: idade, tempo de lesão,
o nível neurológico, e o grau de complexidade da lesão; a expectativa de vida
era menor do que estimativas anteriores; pneumonia e outras afecções
respiratórias foram as principais causas de morte.
A
fisioterapia respiratória pode ser utilizada em pacientes críticos com o
objetivo de prevenir e/ou tratar complicações respiratórias. Para isso,
geralmente é usada uma combinação de procedimentos que objetivam a reexpansão
e a remoção de secreções nas vias aéreas.
As intervenções podem
incluir treinamento de músculos
inspiratórios, tanto os primários como os secundários. O terapeuta deve
primeiro determinar quais músculos ventilatórios que estão deficientes após a
lesão medular. Em geral, os músculos inspiratórios devem ser treinados
inicialmente na posição supina, progredindo para a posição sentada, utilizando
de dispositivos de treinamento muscular inspiratório ou uso de pesos abdominais,
ambos eficazes na melhora da mecânica ventilatória.
Na presença de
ventilação artificial, os pacientes podem precisar de uma via aérea artificial.
A presença dessa via na traqueia causa irritação, e o paciente consequentemente
produz mais secreção. Essa secreção geralmente é removida pela sucção traqueal,
tosse natural ou tosse assistida, muito utilizada em pessoas incapazes de gerar
esforço suficiente. A drenagem postural, a percussão ou tapotagem, e o balanço
ou vibração são utilizados para auxiliar a mobilização da secreção em direção
as vias aéreas maiores para expectoração.
A Tabela 1 descreve os procedimentos de
fisioterapia respiratória descritos na literatura para a terapêutica de
pacientes em ventilação mecânica.
Muitas técnicas de
tratamento estão disponíveis para abordar o grande número de deficiências
ventilatórias que podem ocorrer. O gerenciamento inicial deve concentrar-se na
prevenção das complicações pulmonares, tais como pneumonia e atelectasias, e na
melhora da função pulmonar disponível, de maneira que o paciente possa realizar
tarefas funcionais.
Referências Bibliográficas:
UMPHRED, DA.
Reabilitação Neurológica.
5ª ed. São Paulo 2010
Jerre
G, Beraldo MA, et al. Fisioterapia no
paciente sob ventilação mecânica.
Rev Bras Ter Intensiva 2007;19:399-407
Shavelle RM, et al. Long-Term Survival of Persons Ventilator Dependent After
Spinal Cord Injury.
J Spinal Cord Med 2006;29:511-519
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